e enjte, shkurt 17, 2005

Reunião do GT Formação de 18/01/2005

Pauta da reunião do Grupo de Trabalho de Formação de 18/01/2005 :

Estavam presentes: Adyel, Aida, Claudia, Ilza, Itamar, Mario Ficcarelli, Mario Conte, Ricardo e Susana.

A reunião iniciou com Susana lendo uma informação obtida junto ao sítio da Secretaria de Educação do Estado, onde constava que escolas da rede estadual de ensino discutiriam (entre Terça, dia 18/01 e Domingo, dia 22/01), o currículo do ensino médio diurno. Já havia uma proposta a ser discutida, a saber, aumentar aulas de matérias da grade curricular normal (português , matemática e história), mais a de incluir no terceiro ano uma matéria optativa, que seria escolhida entre sociologia, psicologia ou filosofia. Não consta na proposta, discussão sobre inclusão do ensino de música.
Lido o informe e constatada a ausência da disciplina música nas discussões, foi sugerido por Susana elaborar um documento ou carta a ser encaminhado ao secretário estadual de educação, Gabriel Chalita, solicitando a inclusão do ensino de música nestas discussões . A partir do conteúdo desta carta, que teve sua redação iniciada nesta reunião, foram realizadas várias propostas dos presentes:

Susana citou a importância da música como disciplina, mas a ausência de uma metodologia em seu ensino prático ou cursos de capacitação. Itamar lembrou as diferentes formas de educação musical citadas na carta de intenções da Bahia, no eixo da subcâmara setorial de formação (formas estas que aparecem na carta como: educação formal , educação não formal e educação informal). Ricardo citou a importância de estruturar conteúdos para proporcionar uma melhor formação (dos formadores inclusive e principalmente). Aida falou sobre os cursos de educação artística, onde os próprios alunos interessam-se mais pelo material oferecido, em detrimento dos cursos, da metodologia ou conhecimento oferecidos nos mesmos.
Ficcarelli e Susana contestaram os editais das secretarias de educação que abrem concursos para professores de “educação artística”, sendo que estes cursos foram extinguidos e que as universidades devem oferecendo cursos de licenciatura específicos em cada uma das artes (plásticas, teatro, dança e música). Ou seja, há um descompasso entre os concursos, que ainda são feitos nos moldes antigos em que a ênfase normalmente é voltada à educação artística - normalmente na área de plásticas, e as recomendações da LDB/96 e os PCNs. Ilza informou que a UFSCar mantém agora o curso de licenciatura em música com habilitação em educação musical; Aída lembrou que a formação atual de muitos cursos infelizmente não garante que estes profissionais, ainda que muito competentes, sejam absorvidos pelo mercado nos moldes em que este se encontra.
Ilza citou escolas norte americanas da rede pública e de outros países (como Inglaterra e Alemanha), onde há diretrizes curriculares nacionais para o ensino de música. Mario Ficcarelli adendou que este modelo pode ser citado no documento (carta). Ricardo citou os parâmetros curriculares da LDB. Complementou que a música está fragmentada em outras matérias, sendo tratada de forma superficial, quando usada. O grupo discutiu sobre os cursos de capacitação como medidas paliativas que culminam não apenas na não contratação de um professor especialista, mas da aplicação de um método de forma dogmática ou restrita. As faculdades precisam mudar sua abordagem na formação dos professores. Foi levantada a questão dos voluntários no projeto “Escola da Família”, onde são realizadas atividades voluntárias de música que “desobrigam” o estado a contratar um profissional específico e a inclusão desta como disciplina na grade curricular.
Ricardo citou que a preferência de um não especialista na escola se deve ao fato que o mesmo possui mais disposição junto às linguagens e metodologias das escolas, algo que muitos músicos não se dispõem a fazer. Complementou que muitos países justificam o ensino das artes baseados em uma concepção do que é formar um ser humano integralmente. Aida lembrou o pensamento grego, onde filosofia, artes e música se integravam.
Adyel perguntou quais seriam os conteúdos que deveriam ser trabalhados em aulas de música no ensino básico, e Susana citou que entre várias propostas pedagógicas destaca-se a do educador musical inglês Keith Swanwick que propõe atividades práticas e de envolvimento direto com música: composição (improvisação, arranjo, etc.), execução (instrumental, vocal, de composições próprias, de colegas, de outros) e apreciação (repertório variado). Esta proposta supera o foco do trabalho “sobre música” que é comum nas aulas tradicionais de música (teoria, história, técnica, etc.).
Ricardo lembrou dos parâmetros curriculares nacionais que possuem aspectos semelhantes à esta proposta, e citou que a arte contempla uma dimensão onde sentimento e pensamento se integram, indo além do pensamento dualista cartesiano; encerrou citando o último capítulo do livro Música, Cérebro e Êxtase, que trata deste assunto. Ilza citou pesquisas que comprovam que a música é uma das poucas atividades que ativam os dois hemisférios do cérebro (direito e esquerdo).

Ilza ofereceu-se para redigir o documento inicial que seria enviado por e-mail para ser complementado pelos presentes e outros membros do GT para ser levado à Secretaria de Educação por Susana na sexta-feira pela manhã.

Na seqüência foram lidos os relatos enviados pelos GTs do Rio de Janeiro e de Porto Alegre, e a reunião encerrou com informes de Itamar a respeito da videoconferência nacional do Fórum e com um resumo da reunião do dia 17/01, sendo citados principalmente dos eventos da votação das propostas de quatro e cinco eixos para formação das subcâmaras.
O grupo presente sugeriu que na próxima semana não houvesse reunião, tendo em vista o feriado e o Fórum Social Mundial.