e shtunë, korrik 07, 2007

Música melhora desempenho de alunos

Projeto TIM Música nas Escolas já beneficiou mais de 16 mil alunos de escolas públicas em 4 anos

LUANDA NERA

Já foi o tempo em que um projeto social bem-feito podia ser medido pelo brilho dos olhos das crianças atendidas ou pelo sorriso das famílias. A profissionalização do Terceiro Setor vem exigindo das entidades respostas concretas, mensuráveis, que comprovem com números e fatos o impacto de cada intervenção.

O projeto TIM Música nas Escolas, que já beneficiou mais de 16 mil alunos em 4 anos de atividades, comemora o desempenho medido por um estudo pioneiro. Em 2006, os participantes do projeto apresentaram uma taxa de desenvolvimento social de até 19% - o equivalente a um ano a mais de escola, segundo os melhores índices mundiais de formação de capital humano.

A conclusão faz parte do trabalho do economista brasileiro Flavio Comim, Pesquisador do St. Edmund’s College, Universidade de Cambridge, no Reino Unido. Para realizar a pesquisa, Comim criou uma metodologia inédita capaz de medir, quantitativamente e qualitativamente, o desenvolvimento humano dos grupos participantes do programa patrocinado pela TIM e aplicado em crianças da rede pública de ensino. O estudo foi realizado com cerca de 8 mil crianças da rede pública de ensino, em Belém, Florianópolis, Porto Alegre, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e São Paulo.

Comim trabalha com o Índice de Qualidade da Educação (IQE), desenvolvido especialmente para o projeto. O IQE permite avaliar a mudança no impacto qualitativo da educação sobre as crianças devido à participação no programa. Permite também medir anualmente a taxa de retorno social dos projetos em termos multidimensionais.

“Desenvolvemos uma metodologia centrada na mensuração do impacto do desenvolvimento infantil por meio da música. A primeira etapa do trabalho consistiu em coletar evidencias de estudos feitos nas áreas de neurociência, psicologia e pedagogia, com o objetivo de montar uma matriz de avaliação do programa. Depois, aplicamos os questionários, em duas ocasiões. E, o que é muito importante, procuramos usar critérios indicativos do potencial de desenvolvimento das crianças. Por essa razão não nos baseamos em notas ou freqüências”, explica o pesquisador.

Segundo Comim, ficou comprovado que a introdução da música nas escolas de periferia das grandes cidades brasileiras “melhora o desenvolvimento humano das crianças, a sua auto-estima, a tolerância e o convívio social”. “A música também abre uma série de horizontes para as crianças. Mostramos, dentro do projeto, quais os melhores casos, como eles têm evoluído. Concluímos que é possível melhorar o monitoramento dos projetos com informações confiáveis”, complementa.

Carlos Cupo, diretor-regional da TIM São Paulo, comemora o fato do programa “estar no rumo certo”. “Quando decidimos alocar recursos para a pesquisa, não queríamos avaliações subjetivas do tipo ‘eu acho’ ou ‘eu penso’. Por isso procuramos um pesquisador profissional, com experiência. A música é um catalisador de desenvolvimento cognitivo, comportamental, social. Nós já sabíamos disso, mas prezamos por incluir a lógica do retorno, da prestação de contas, também em nosso programas sociais”, finaliza o diretor da TIM.