e hënë, maj 30, 2005

Fórum defende ensino das artes na grade curricular

Campinas
17/05/2005 - (21h00)


Fórum defende ensino das artes na grade curricular

Nice Bulhões/Agência Anhangüera


O ensino das artes dentro da grande curricular das escolas públicas e particulares de educação básica contribuirá para diminuir a violência no País. Foi o que defenderam nesta terça-feira Henrique Autran Dourado, diretor da Escola Municipal de Música do Teatro Municipal de São Paulo e coordenador da Escola Superior de Música da Faculdade Cantareira, e Ana Terra, diretora executiva do Fórum Nacional de Dança e coordenadora do Fórum de Dança de São Paulo. Eles participaram do terceiro debate de 2005 do Fórum Permanente de Desafios do Magistério. O tema foi "Arte e Educação". O próximo debate ocorre em 15 de junho e discutirá "Políticas públicas e reformas" .

O evento foi realizado no Auditório do Centro de Convenções da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ele foi organizado pela Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, pela Acorde - Cooperativa Educacional e pela Rede Anhangüera de Comunicação (RAC), por meio do Correio Escola.

Para Dourado e Ana, a música, a dança e o teatro constituem aspectos fundamentais da formação do indivíduo. "A música tem poder de ação sobre o indivíduo" , disse Dourado. "Os investimentos em segurança no Brasil eu chamo de perfumaria. É passar um perfuminho para não cheirar mal. Só que a doença é cultural e educacional."

Segundo Dourado, Nova Iorque fez um projeto de tolerância zero contra o crime, mas envolveu o esporte, música, a dança e outras formas culturais. "Não é colocar repressão na rua, que isto é o mesmo que extirpar uma perna que está gangrenando ao invés de salvar o doente. O caminho é inverso." Mas, de acordo com o contrabaixista, estas mudanças decorrentes deste tipo de projeto acontecem a médio e longo prazo e não trazem dividendos políticos. "Coisas que aparecem fisicamente, como prédios, viadutos e ponte, não trazem dividendos políticos. Coisas de raízes que transformam os seres humanos, como a música que transforma coração e mente, não aparecem."

Para Ana Terra, o aluno ao estudar arte tem a possibilidade de olhar para a sua realidade de uma maneira diferente. "A produção artística permite aos jovens repensar e transformar valores e atitudes e, especificamente com a dança, que mexe com o corpo, é importante oferecer isto para a criança" , disse. "Elas estão com a plenitude da regência do corpo, num processo de formação, e a dança é uma maneira de expressão que não trabalha com a linguagem verbal" , prosseguiu. "É aonde a gente consegue dar conta desta energia e desta vontade que estes alunos têm de se colocar no mundo, que muitas vezes é cerceada devido à falta de perspectivas."

Ana disse que levar estes estímulos "para o corpo é uma possibilidade de diminuir atitudes violentas e de se tornar um cidadão" . Tanto Ana como Dourado participaram da mesa-redonda "Formação do artista e do público: desafios contemporâneos" , na período vespertino. A outra palestrante foi a diretora artística assistente do Balé da Cidade de São Paulo, Ana Cristina Teixeira. A mesa teve a coordenação de Liliana Rolfsen Petrilli Segnini, da FE da Unicamp. A abertura do evento contou com as presenças do vice-reitor da Unicamp, Fernando Ferreira Costa, do diretor da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, Jorge Megid Neto, da gerente de Marketing da RAC, Alexandra de Carvalho, e do presidente da Acorde, Hilário Fracalanza.


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